quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Gols de talismã e capitão deixam Inter a um passo do bi da Libertadores


Sensacional! Inter a um empate do bi (AFP)
No futebol, é importante o respeito ao adversário, o protocolo, a diplomacia. Mas a torcida do Inter tem motivos de sobra para ficar otimista. O Colorado está a um passo de mais um título. Do bicampeonato da América. O gramado sintético era uma preocupação. O Chivas, que eliminou o Universidad do Chile em Santiago, também. A torcida mexicana, idem. Mas nada parou o toque de bola do time colorado. Após um injusto castigo nos acréscimos do primeiro tempo, o Inter venceu o Chivas por 2 a 1, de virada, na noite desta quarta-feira, no campo sintético do Estádio Omnilife, em Guadalajara, e deu um passo de gigante rumo a mais uma conquista da Libertadores. Falta um empate!
Predestinado Giuliano. General Bolívar. Os gols do talismã e do capitão transformaram a derrota em vitória, a decepção em esperança, a dor em euforia. Eles abafaram, cada qual com seu lance, mais uma falha de Renan, encoberto por Bautista no gol do Chivas. A virada saiu no segundo tempo.
O duelo da volta é na próxima quarta-feira, no Beira-Rio já com todos os ingressos vendidos. O Chivas, para evitar a festa colorada, precisa vencer por dois gols de diferença.

Centímetros mexicanos. Erros colorados

Malditos sejam esses centímetros mexicanos! Malditos sejam esses detalhes que pareceram vestir a camisa do Chivas para tirar do Inter a alegria suprema no primeiro tempo. Futebol, o Colorado teve. De sobra. Tocou a bola, triangulou, mostrou aproximação. Só não fez o gol. Culpa de quem? Desses malditos centímetros mexicanos. Duas bolas, dois lances que traçam o destino de um clube, duas jogadas que morreram no quase: um centímetro a mais para o lado, um centímetro a mais para baixo. Não custava nada! Não deu. Ambas na trave.
A primeira foi de Kleber. O Inter colocava o Chivas na roda, fazia da grama sintética do Omnilife seu salão de festas, quando Taison passou reto por metade da defesa adversária e acionou o lateral-esquerdo. Ele bateu rasteiro, em diagonal. Alecsandro se esticou todo em um carrinho. Não alcançou. A bola passou pelo camisa 9, bateu na trave esquerda e saiu. Faltou um centímetro.
A segunda foi de Alecsandro. E de novo em lance criado por Taison. Ele sofreu falta na beirada da área, quase na fronteira com o espaço onde nascem os pênaltis. Alecsandro e D’Alessandro se posicionaram. Eram 29 minutos. O camisa 9 (que depois, lesionado, daria lugar a Everton) partiu para a cobrança, encobriu a barreira, encobriu o goleiro e viu a bola bater no travessão. Ah, esses centímetros...
O que o Inter fez nos primeiros dez minutos de jogo não se faz com um anfitrião cordial como o Chivas. Beirou a humilhação. Os mexicanos viram a bola rolar de um lado para o outro sem jamais encontrá-la. Mas faltou o mais importante ao time de Celso Roth: transformar a posse em chance de gol. Time habilidoso por natureza, o Colorado por vezes parece girar o tempo todo para lugar nenhum.
Seria desumano imaginar que o Inter levaria um gol. Mas levou. Aos 46 minutos. Na única jogada de perigo do Chivas, a zaga comeu mosca, o cruzamento saiu solto, Bautista apareceu livre. Sabe-se lá o que Renan estava fazendo na metade do caminho entre a linha do gol e o meia mexicano. O toque de cabeça encobriu o goleiro colorado e entrou. Por um ou outro centímetro, talvez tivesse batido no travessão.
No segundo tempo, o Inter seguiu com o domínio das ações, mantendo a posse de bola e rondando a área do Chivas. Mas faltava conclusão. Everton, substituto de Alecsandro, não conseguia levar vantagem sobre os zagueiros. Nos primeiros 15 minutos da segunda etapa, o goleiro Michel só foi exigido em um chute de fora da área de Guiñazu. Arremate que o arqueiro defendeu com facilidade.
Coube ao outro argentino do Inter ameaçar. E muito. D'Alessandro arriscou um chute de longe aos 23, e a bola passou rente ao ângulo esquerdo.
O time da casa chegava pouco. Mas quando conseguia acertar uma jogada, ameaçava. Aos 18, Arellano arrancou pela direita e centrou. Renan voou e não achou nada. Do outro lado, Fabian completou errado, para alívio dos colorados.
Na metade do segundo tempo, os dois treinadores mostraram suas intenções na partida. Satisfeito com uma vitória injusta, Jose Luis Real tirou o atacante Arellano e escalou o volante Araujo. Já Celso Roth mandou a campo Rafael Sobis. Tirou Everton, que nada fez no lugar de Alecsandro.
E com apenas três minutos em campo, Sobis pôde comemorar. Graças ao talismã colorado na Libertadores. Aos 28, Kleber cruzou da esquerda e encontrou Giuliano na marca do pênalti. O meia subiu e cabeceou com estilo, no canto esquerdo.
Mais três minutos, e nova festa colorada. Desta vez, o cruzamento veio da dreita, de D'Alessandro. E coube à dupla colorada de zagueiros completar a jogada. Índio cabeceou para o meio da área e encontrou o capitão Bolívar, também de cabeça, tirar a bola do alcance de Michel: 2 a 1.
A virada do time brasileiro calou a torcida no Omnilife. E os mexicanos seguiram quietos diante da troca de passes dos jogadores do Inter, não mostrando qualquer dificuldade no gramado sintético. O Chivas não mostrou forçar para reagir. E não 'achou' um gol como no fim da etapa inicial. Antes do apito final, boa parte dos torcedores já haviam deixado o estádio. Mas não os colorados que viajaram para Guadalajara, que vibraram. E esperam comemorar ainda mais na próxima quarta-feira.

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